Rafael Bertoldo |[email protected]
Bom, este texto tem como proposta um amistoso balanço dos pontos positivos e negativos da cidade de Itabuna, em seu aniversário de 106 anos. Construa a sua crítica também, leitor! O objetivo é: saldar com palmas ou vaias o sopro de 106 velas. Se estivéssemos falando de gente, 106 anos seria uma festa pois, somente chegar até lá, é digno de palmas. À exemplo do saudoso Oscar Niemeyer, que se despediu aos 104 anos, em plena atividade e lucidez. Porém, Itabuna em seus 106, padece com decadente saúde.
Avante! Vamos começar pela parte boa ou ruim? O convite ao pessimismo catastrófico e apocalíptico é sempre maior. Então vamos lá.
Estamos a anunciar o que é sabido por todos. Itabuna é hoje uma cidade com iluminação pública insuficiente, pavimentação e saneamento precárias, sobretudo das periferias, coleta e descarte do lixo inadequados, foco, razoavelmente, “controlado” de endemias como dengue e chikungunya. Vamos falar da violência? Até fomos capa de noticiário nacional sobre esse tema, como cidade mais perigosa aos jovens mas, espera, tem a água salgada do nosso encanamento doméstico também para citarmos, “vixe” e as raríssimas opções de cultura e arte, cadê o cinema, por exemplo, falecido há mais de 15 anos? E o escândalo em nossa empresa de abastecimento hídrico? Além do nível questionável do consciente coletivo dos nossos políticos? Mas olha, pelo menos chove em Itabuna por esses dias…sinal de esperança, face a seca que nos atormentava.
Ai você…pára, reflete, tem parte boa? Qual será? Tem sim “sinhô”!
Estamos entre as 7 economias da Bahia, temos um pólo de serviços e comércio pujante, temos um pólo educacional também vigoroso, faculdades particulares e uma universidade federal; esses pólos são potenciais, não? Estamos, também, no raio de inserção de uma boa universidade pública, a UESC; a praia e cidades de roteiro turístico estão próximas (Ilhéus, Itacaré e etc). E pode apostar leitor, temos um cidadão trabalhador e esperançoso que é o maior bem desta cidade. O itabunense ou aquele que adotou Itabuna, quer ver a cidade nas mãos de bons agentes públicos e políticos e testemunhar a cidade se desenvolver.
O fato é, não há outro caminho para promover os potenciais e minorar as mazelas da cidade a não ser por vias políticas. O voto zeloso e a participação cívica e cidadã do itabunense nas questões políticas e públicas são o segredo do sucesso. Talvez tenhamos raras e honrosas exceções como boas opções de agentes políticos. Concordo. Uma vez me questionaram: “Como votamos consciente, se não temos boas opções?” Minha resposta foi um silente e concordante balançar de cabeça positivo.
Outro fato é, não existe governo corrupto e população honesta, se o governo é corrupto no mínimo a população é passiva e pouco participativa.
Por fim, palmas ou vaias? Palmas!!! Pois, convém não sermos tnem tão otimistas, nem tão pessimistas, mas sim, realistas esperançosos, dizia Suassuna.
Rafael Bertoldo é Economista e Especialista em Gestão Pública Municipal.