Rafael Bertoldo |[email protected]
Caro leitor(a), convido você e a Glória Maria à viajar numa mirabolante teoria da conspiração. A questão central é a ínfima representatividade do sexo feminino no cenário político.
Comecemos examinando, criteriosamente, alguns dados. Segundo o site “Compromisso e Atitude”: nos dez primeiros meses de 2015 foram registrados um total de 63.090 denúncias de violência contra a mulher, dentre violência psicológica, moral e sexual, este dado é virtual, pois estima-se que apenas 20 % das ocorrências são registradas. O escândalo do estupro coletivo no Rio de Janeiro foi um acidente ser revelado.
Bom, prossigamos com a teoria.
Na Câmara de deputados as mulheres são 45, os homens são 468 (Elas: 9,6%) . No Senado federal elas são 12, em exercício, de um total de 81 senadores. (Elas: 14,8%). De acordo com o “Jornal do Senado” na Política, as mulheres do Iraque são 25,2% do total de representantes na corte nacional, no Afeganistão são 27,7% e em Moçambique 39,2%. Logo, estão em melhor situação do que as brasileiras.
Bom, partamos para nossa realidade local. De repente aqui temos um pouco mais de maturidade assertiva com relação aos gêneros.
Na cidade de Itabuna dos 21 vereadores, 2 são mulheres (Elas: 9,5%); das 14 secretarias, 3 pastas são coordenadas por mulheres (Elas: 21,4%). A última presidente da Câmara dos vereadores foi Dona Rosalina Molf de Lima, em 1973.
Bom, vamos examinar a Cidade de Ilhéus, a princesinha do Sul com seus 482 anos, deve ter uma consciência coletiva e representativa mais avançada e madura.
Na cidade de Ilhéus dos 19 vereadores, 0 (zero) são mulheres; das 19 secretarias e departamentos executivos, que possuem status de secretaria, apenas uma (01) é assumida e coordenada por uma mulher.
Recentemente na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), localizada entre os dois municípios supracitados houve uma denúncia de assédio sexual gravíssima.
Minha teoria conclui que uma parte de nós são coronéis contemporâneos.
Caro leitor(a) convido-o(a) para fazer a seguinte reflexão: Numa sociedade machista como a nossa, com representação feminina precária e com altos índices de violência contra mulher, como é possível promover espaço igualitário para os gêneros?
Rafael Bertoldo é Economista e Especialista em Gestão Pública Municipal.