Em entrevista à TV 247, o embaixador e ex-ministro Celso Amorim avaliou como um “fôlego” para o Brasil a volta do ex-presidente Lula ao cenário político após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin anular as sentenças do petista na Lava Jato.
Para Amorim, o Brasil ganha tons de “normalidade” com a presença de Lula no debate público. “É quase que tomar um fôlego. O Brasil volta a ser mais ou menos o que era. O Lula já é presidente? Vai ganhar a eleição? Vai ser candidato? Não se sabe. Mas você com o Lula no cenário político, sem teias, sem limitações, é o Brasil voltar um pouco à normalidade, é respirar. Nós não estávamos respirando, não só por causa do coronavírus. A discussão eram as loucuras do governo e aqueles que, dentro da direita, se opunham às loucuras do governo. Agora é uma coisa mais ampla. A volta do Lula ao tabuleiro político reorganiza tudo”.
Intervenção humanitária
Questionado sobre a possibilidade de uma intervenção humanitária internacional no Brasil diante da pandemia de Covid-19, o embaixador afirmou que a Organização das Nações Unidas (ONU) jamais permitiria uma ação do tipo. Amorim também se disse contra.https://056ae51d2473af559438082e52c5b951.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html
Para ele, o que vai ocorrer é o distanciamento geopolítico dos outros países em relação ao Brasil. “Intervenção humanitária no Brasil não vai acontecer. Não há hipótese da ONU aprovar isso. O que vai acontecer, e talvez já esteja acontecendo, são atitudes que resultam em prejuízo do Brasil. Não precisa nem chamar de sanções, mas é o natural temor dos países de comprar produtos que vêm de uma nação onde a pandemia está superespalhada. Eu acho que isso vai acontecer fatalmente. A gente tem que tirar da cabeça que vai haver intervenção humanitária no Brasil. Acho que é irrealista, para começar. Eu não seria a favor de nenhum tipo de intervenção estrangeira no Brasil”. (Brasil 247)
Com o anúncio da chegada até este domingo (21) de mais 5 milhões de doses de vacina contra Covid-19, governadores preparam uma força-tarefa para acelerar a imunização nos municípios.
Governos estaduais prometem pagar metade dos custos de logística de aplicação nos municípios. A medida foi articulada pelo Fórum de Governadores em conjunto com o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e Conasems (Conselho Nacional de Secretarias municipais de Saúde).
Segundo dados atualizados até sábado (20), a vacinação atingiu 7,3% da população adulta, com 11,7 milhões de pessoas imunizadas com a primeira dose. Somente 2,6% da população adulta recebeu a segunda dose.
A meta dos governadores é acelerar a vacinação nesta semana para atingir 10% da população até 31 de março, segundo o governador do Piauí, Wellington Dias (PT). Ele é o coordenador da temática de vacina no Fórum dos Governadores.
Dessa forma, governadores esperam, com a iniciativa, garantir a vacinação de mais 8 milhões de pessoas até o fim deste mês. A ideia é que os estados ajudem as prefeituras em 50% dos gastos com contratação de equipes para postos de vacinação, combustível, divulgação, compra de equipamentos de proteção e outras necessidades no processo.
De acordo com a equipe de Wellington Dias, ainda não há estimativas de custos para os estados nessa operação.
“Queremos alcançar 21 ou 22 milhões de brasileiros vacinados [até o fim do mês]”, diz o governador do Piauí, em vídeo de divulgação. “O objetivo aqui é uma meta de, nesta semana, vacinar 2% da população”.
A iniciativa vem depois que o Ministério da Saúde anunciou, neste sábado, a distribuição aos estados de mais 5 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19. A orientação é que todos esses imunizantes sejam aplicados como primeira dose, sem reserva, portanto, para a segunda aplicação.
A previsão é de que as doses sejam distribuídas até domingo (21), de forma proporcional aos estados. A remessa, segundo nota da pasta, envolve imunizantes da Coronavac e da Atrazeneca/Oxford e será destinada a profissionais de saúde, idosos de 70 a 74 anos e comunidades ribeirinhas e quilombolas.
A pasta também anunciou que recebe neste domingo a primeira remessa de vacinas adquiridas por meio do consórcio global Covax Facility. Serão 1.022.400 milhão de doses do imunizante AstraZeneca/Oxford, fabricado na Coreia do Sul.
O governo Bolsonaro tem sido cobrado pelas deficiências no plano de vacinação contra o coronavírus, resultado de atrasos em contratos, problemas logísticos e discurso contrário à vacina por parte do presidente Bolsonaro. O país vive seu pior momento na pandemia.
Em fevereiro, o Fórum de Governadores precisou recorrer a parlamentares para marcar uma reunião no Ministério da Saúde para cobrar um cronograma de entrega das vacinas.
Em estudo de análise jurídica realizada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), em recente publicação denominada “AQUISIÇÃO DE VACINAS POR ENTES FEDERADOS E RESPONSABILIDADE CIVIL”, procurou orientar os gestores para tomada de decisão.
Duas questões chamam a atenção, a PRIMEIRA – permissão dos demais entes federativos a comprarem vacinas. De acordo, com a Lei nº 14.124/21, Art. 13º, § 3º, “Os Estados, os Municípios e o Distrito Federal ficam autorizados a adquirir, a distribuir e a aplicar as vacinas contra a Covid-19 registradas, autorizadas para uso emergencial ou autorizadas excepcionalmente para importação”. Assim, legalmente os demais entes estão autorizados a compra das vacinas, desde que a União não realize as aquisições e a distribuição tempestiva de doses suficientes para a vacinação dos grupos previstos no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, nos termos do art. 16º da citada Lei.
A SEGUNDA, reunidas as condições de autorização de compras, o ente adquirente poderá vacinar exclusivamente a sua população?
Segundo a Lei Federal 14.124/2021, Art. 13º, a resposta é NÃO – “a aplicação das vacinas deverá observar o previsto no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, ou naquele que vier a substituí-lo”. Como, também, mesmo concluída a vacinação do grupo prioritário, os entes, Estados, Distrito Federal e Municípios, NÃO TERÃO A AUTONOMIA DE APLICAÇÃO DIRETA DAS VACINAS, de acordo com a Lei de no. 8080/90, Art. 2º, que diz: “os entes federados ficam submetidos ao Plano Nacional específico, assim como aos Princípios do Sistema Único de Saúde (SUS)”. O Ministério da Saúde pode utilizar a Lei acima citada no seu Art. 15º, que o permite requerer os imunizantes para o Programa Nacional de Imunização (PNI).
Assim, os esforços para aquisição das vacinas e aceleração da vacinação no Brasil, do ponto de vista da legislação vigente, deveriam concentrar esforços junto ao Ministério da Saúde – Governo Federal, que detém as capacidades e prerrogativas legais de compra e distribuição. Garantido o que preconiza os Princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), expressos no Art. 2º da Lei 8080/1990 que indica que “saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício (…) no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação” de acordo a aplicação das vacinas deverá observar o previsto no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, ou naquele que vier a substituí-lo”.
Importante destacar que a política de divisão das doses destinadas aos entes federados, estão de acordo com a população de cada um. Levando em consideração o que preconiza a legislação, um determinado Estado ou município que vier a adquirir diretamente as vacinas, terão que disponibilizar para o Ministério da Saúde as vacinas adquiridas que fará a distribuição em todo o território nacional. Assim, vejamos um Estado “A” compra dez milhões de vacinas e o seu coeficiente populacional for de 10% da população nacional, receberá um milhão da quantidade adquirida. A segunda hipótese, em análise no Ministério da Saúde, os entes adquirentes poderão aplicar as vacinas, porém, serão abatidos das cotas a eles destinados, servindo, portanto, como adiantamento do quantitativo de vacinas a serem entregues pelo Governo Federal.
Destacamos, artigo 1º, § 2º, da Lei Federal 14.125/2021, que estabelece que o ente que adquirir as vacinas assume os riscos relativos à responsabilidade civil da aquisição de quaisquer vacinas e medicamentos contra a Covid-19.
Não vamos ganhar esta guerra, sem que os entes federados assumam o seu papel e responsabilidades de acordo com que preconiza a Constituição Federal, o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Programa Nacional de Imunização (PNI), ou continuaremos vê o índice de mortalidade da população e da economia do nosso país, em um colapso sem precedentes.
Vivemos momentos de incertezas pelo comportamento do vírus, entretanto, não podemos viver das incertezas do comportamento dos dirigentes. É urgente a união federativa.
Luciano Robson Rodrigues Veiga é Advogado, Administrador, Especialista em Planejamento de Cidades.
(Do G1)Centenas de economistas, entre eles ex-ministros da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central, como Armínio Fraga, Pedro Malan, Ilan Goldfajn e Afonso Celso Pastore, assinam uma carta de alerta sobre o agravamento da pandemia no Brasil e cobram vacinação e distanciamento social como medidas de combate à Covid-19.
A informação sobre a carta foi publicada pelo colunista do jornal O Globo Merval Pereira. O documento será entregue a representantes dos Três Poderes.
O documento “O País exige respeito; a vida necessita da ciência e do bom governo – carta aberta à sociedade referente a medidas de combate à pandemia” lembra que o Brasil é, hoje, o epicentro mundial da Covid-19 e reforça a necessidade de que as políticas públicas se baseiem em evidências cientificas.
“Estamos no limiar de uma fase explosiva da pandemia e é fundamental que a partir de agora as políticas públicas sejam alicerçadas em dados, informações confiáveis e evidência científica. Não há mais tempo para perder em debates estéreis e notícias falsas”, afirmam.
A carta cita dados econômicos como a contração do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 e a elevada taxa de desemprego e afirma que a situação só será superada com o controle da doença. “Esta recessão, assim como suas consequências sociais nefastas, foi causada pela pandemia e não será superada enquanto a pandemia não for controlada por uma atuação competente do governo federal”.
Os economistas que assinam a carta afirmam que a saída da crise requer vacinação em massa e que infelizmente o Brasil está atrasado. O documento também cobra o reforço urgente de medias de distanciamento social enquanto se busca aumentar o número de doses de vacina disponíveis e pedem o incentivo ao uso de máscaras.
Com a vacinação em curso no Brasil, mas ainda a passos lentos, cresceu o contingente da população brasileira que pretende se vacinar. Segundo a pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (21), 84% das pessoas querem se vacinar contra o coronavírus, um aumento de cinco pontos percentuais em comparação com a pesquisa de janeiro, quando 79% dos entrevistados tinham essa posição.
De acordo com a pesquisa atual, 5% dos entrevistados disseram já ter recebido pelo menos uma dose do imunizante e 9% da população insistem em não querer se vacinar. Em janeiro, esse grupo era composto por 17% das pessoas.
O instituto ouviu 2.023 brasileiros, por telefone, nas últimas segunda (15) e terça-feira (16). A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
E foi isso que a empreendedora Acza Kate Rodrigues, de 36 anos, fez. Moradora de Brasília, há cerca de dois anos ela descobriu a costura em sua vida e passou a fabricar peças para os três filhos. Ela buscou informação, fez cursos e aproveitou o conteúdo disponível na internet. Isso foi alimentando a vontade de ter a própria marca. No ano passado, encontrou a oportunidade de montar o negócio em sociedade, mesmo em meio à pandemia de covid-19.
Informação e planejamento são as palavras-chaves para quem decide empreender, seja por necessidade ou por oportunidade de negócio. Colocar no papel informações básicas sobre o mercado consumidor e os custos são essenciais para alinhar as expectativas e garantir a sustentabilidade de uma empresa no longo prazo, em meio à concorrência.
A empresária Acza e sua sócia têm projetos para ampliar a equipe e criar um site, para aumentar as vendas online. – Acza Kate Rodrigues/Arquivo pessoal
A Gota D’água é uma marca de roupas infantis e as vendas acontecem pelas redes sociais. Atualmente, Acza e a sócia estão lançando uma nova coleção e já têm projetos para ampliar a equipe e criar um site, para aumentar as vendas online.
“O que me fez decidir e tocar o negócio foi parar de esperar pelo tempo certo, mas começar com o que eu já tinha. As condições exatas podem nunca chegar, mas as pessoas podem conseguir e ter sucesso no mercado”, disse, explicando que logo no início fez seu registro como microempreendedor individual (MEI), já pensando na expansão da empresa. “Nosso sonho é ser empreendedoras, para isso precisa ter tudo regulamentado, para que esse crescimento seja real”, explicou.
Para se ter uma ideia, em 2020, houve um recorde na formalização de novos negócios no país, com alta de 6% em relação a 2019, de acordo com o boletim do Mapa de Empresas, do Ministério da Economia. Das 3.359.750 de empresas abertas, 2.663.309, ou 79,3%, foram microempreendedores individuais (MEI), uma modalidade de empresário individual com processo simplificado para abertura de empresas, regime especial de tributação e acesso facilitado a crédito.
De acordo com o gerente da Unidade de Competitividade do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), César Rissete, a participação dos pequenos negócios no PIB (Produto Interno Bruto – soma de todos os bens e serviços) do país aproxima-se de 30%. Além disso, eles têm sido fonte de geração de emprego e representam hoje 56% dos trabalhos com carteira assinada.
A pandemia de covid-19 reforçou essa tendência de crescimento das micro e pequenas empresas, segundo Rissete, pois muitas pessoas tiveram dificuldade de colocação no mercado formal ou perderam seus empregos e tiveram que ir atrás do sustento de outra maneira. “A formalização é um passo importante, mas é insuficiente para a manutenção da empresa no mercado”, disse.
“E parte significativa de aumentar a sobrevivência do negócio vem do movimento de preparação e profissionalização do empresário”, explicou. Segundo o gerente do Sebrae, não é necessário um planejamento exaustivo, que leve muito tempo, mas o empreendedor, mesmo por necessidade, precisa ter o mínimo de conhecimento sobre sua área de atuação, o mercado e o público que vai atender.
Planejamento
Em geral, o empreendedor por oportunidade se dedica mais à fase de planejamento, mas para Rissete, mesmo com menos tempo é possível se preparar. Em primeiro lugar é preciso pensar no mercado consumidor e no marketing de vendas: qual público vai atender, em qual localidade, a demanda pelo serviço ou produto na região e como chegar a esse consumidor e se fazer enxergar.
“Se eu colocar as informações da empresa na internet ou nas redes sociais, o cliente está nesse canal? Ele vai me enxergar ou eu preciso fazer algum impresso físico e distribuir para que as pessoas saibam que estou oferecendo aquele serviço? Ou por meio de algum aplicativo eu consigo que as pessoas me enxerguem?”, explicou o gerente do Sebrae, sobre as questões a serem respondidas pelo empreendedor.
Para o especialista em gestão de negócios e sócio da empresa Prosphera, Haroldo Matsumoto, em muitas situações, o microempresário acaba superestimando o próprio sucesso e começando o negócio de qualquer forma sem ter certeza se vai dar certo ou não. Nesse planejamento inicial, segundo ele, é possível, inclusive, fazer testes com o produto ou o serviço a ser oferecido. “Para saber se as pessoas vão querer comprar e se, nessa compra, sobra lucro para reinvestir no negócio, porque às vezes só empata ou toma prejuízo”, disse.
Também é preciso entender a evolução do produto ou serviço, segundo o especialista, e trabalhar pelas recomendações dos clientes. “Tem que ouvir muito a opinião do cliente e ir aprimorando até que o nível de satisfação seja muito bom a ponto do cliente repetir a compra e começar a indicar seu produto ou serviço”, diz Matsumoto.
Para os especialistas, é indiscutível que buscar orientação profissional é fundamental no início do negócio e há soluções gratuitas disponíveis. Os portais do Empreendedor e do Sebrae possuem um conteúdo amplo de informações para quem quer começar o seu negócio. Há ainda iniciativas como a organização Endeavor Brasil, que apoia empreendedores em diversas partes do mundo, e outros grupos de empresários e instituições que fazem esse trabalho.
Finanças
Além disso, segundo o gerente do Sebrae, é preciso fazer o mínimo de contas e ter claro o custo para entrar no mercado. “Essa é chamada de gestão financeira, que é pensar quanto tenho de previsão ou perspectiva de comercializar, quanto o mercado está pagando pelo meu serviço ou pelo produto que vou comercializar, quanto vai custar e a quanto vou vender, quanto tenho que ter para me preparar, para ver se tenho fôlego financeiro para aguentar a entrada nesse mercado”, diz Rissete.
Matsumoto também explica que é importante ter uma reserva financeira pessoal, já que o negócio próprio pode levar de um a dois anos para começar a dar um resultado positivo e o empresário conseguir fazer suas retiradas. “Para quem abriu a empresa por necessidade, por causa da pandemia, isso é um complicador”, destacou.
Nesse sentido, por exemplo, o governo oferece crédito facilitado para micro e pequenas empresas e, ano passado, criou o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que instituiu linhas de crédito para que os pequenos negócios pudessem acessar capital de giro durante a pandemia. Matsumoto, entretanto, alerta que é preciso cuidado com esse tipo de financiamento.
“O empreendedor não sabe se vai ter retorno para pagar a parcela, mesmo o Pronampe que tem carência de seis meses, não dá pra ter absoluta certeza. Mas se ele não tem outra saída, não tem outro recurso com juros tão baixos, só é preciso tomar cuidado para que isso não se torne um pesadelo, tem que saber o que fazer com esse dinheiro”, explicou.
Outra dica clássica e que sempre vale a pena lembrar, segundo Matsumoto, é não misturar a conta pessoal do empresário com a da empresa. “É importante para saber quanto o negócio está dando de lucro ou prejuízo. Às vezes a empresa é lucrativa, mas se o proprietário tira muito dinheiro aí não há empresa que aguente”, argumentou.
Canais digitais
E para quem vê na internet e nas redes sociais um caminho mais fácil para começar o seu negócio, Rissete alerta que, da mesma forma que o empreendedor tem o mundo online à disposição, os clientes também se perdem mais facilmente e podem não enxergar o produto ou serviço oferecido. “Na medida que se tem muita opção, é preciso se diferenciar. Tirando os produtos e serviços mais disruptivos, que surgem e não tem ninguém oferecendo no momento, muitos entram [nas vendas online] para oferecer algo que já existe, que já tem um concorrente”, explicou.
Segundo o gerente do Sebrae, nesse sentido, é preciso aplicar o conceito da inovação, adaptável aos pequenos negócios. “O que eu faço para me diferenciar e fazer com que a pessoa que compra de determinado estabelecimento me olhe e me coloque na sua lista de decisão, e decida por mim? No canal digital isso é mais forte porque lá a concorrência é maior, há mais opções, então a diferenciação é fundamental”, disse.
A empresária Bruna Castelo Branco diversificou os negócios durante a pandemia – Bruna Castelo Branco/Arquivo Pessoal
De uma hora para outra, a empreendedora Bruna Castelo Branco, de 28 anos, precisou aprender esses caminhos do mercado online para manter seu sustento, em Teresina (PI). Ela tem uma loja física de roupas femininas desde setembro de 2018, a Mahalo, que acabou fechando em vários momentos durante a pandemia em razão das restrições adotadas pelo governo local. Mas diante da queda de 50% na demanda pelo seu produto principal, Bruna decidiu investir nas trufas de chocolate e hoje também toca a Trufas de Verdade, com atendimento online e delivery para a capital do Piauí.
“Tem muita gente que tem o online muito fortalecido. Aqui era o contrário, o físico é melhor, mas com a pandemia, precisei fortalecer esse canal e foi difícil”, disse, explicando que passou a vender as roupas pela internet, enquanto buscava por capacitação e cursos à distância para impulsionar o negócio online. “Mas as pessoas não estavam comprando roupa, não era o momento para aquilo ali, mesmo fazendo campanhas de frete grátis, facilitação de trocas e outros recursos que eu utilizei”, contou.
O caminho foi aprender outro ofício e, então, passou a fazer trufas em casa. “Pensei: vou vender alguma coisa de comida, porque isso as pessoas estão consumindo. Por mais que a situação esteja difícil e tudo mais que estamos vivendo, você consegue tirar um dinheiro para comer um doce”, disse. E o negócio de trufas deu tão certo que Bruna já pensa, um dia, em colocar um ponto fixo de vendas. “Por conta ainda dessa incerteza [com os rumos da pandemia] não vou montar uma doceria agora porque não é o momento de aumentar despesas com outro aluguel e funcionários”, explicou.
Além dos negócios com as roupas e os doces, com as boas vendas de final de ano, Bruna reformou a sua loja, passou a vender acessórios esportivos e montou a Meus Acessórios, também com atendimento online e na loja física. “O importante é não perder a esperança mesmo. Tem muita gente que quebrou, o comércio abalou demais. Mas a gente tem que estar preparado, o mundo do empreendedorismo é isso. Sempre vai ter alguém que goste e está disposto a comprar o seu produto, então não precisa desistir ou ter vergonha de vender”, disse.
Novas perspectivas
De acordo com Matsumoto, após ter o negócio consolidado, o empreendedor receberá dois sinais que apontam a necessidade de ampliar a empresa: a insatisfação pessoal e a limitação de conhecimento.
“A primeira situação é quando o trabalho deixa de ser prazeroso, satisfatório, e virar um castigo, uma preocupação. É sinal que ele precisa se profissionalizar. Até um certo ponto, o dono consegue tocar sozinho, mas quando começa a crescer e isso passa a atrapalhar os controles, a qualidade, então é hora de evoluir”, explicou.
O segundo momento, de acordo com o especialista, é quando a vontade de crescer existe, mas o empreendedor não tem todos os conhecimentos. “Às vezes ele é bom em fazer um produto ou serviço, mas não é bom no marketing ou venda ou gestão de pessoas. É o momento em que ele percebe que sozinho não tem as competências necessárias para a empresa crescer e começa a buscar outros colaboradores ou até uma consultoria”, disse.
Para o especialista em gestão, com as incertezas sobre a pandemia ainda não é possível definir os rumos do mercado, então, os empreendedores devem tentar entender o próprio cenário, o produto ou serviço que oferecem e se precisam fazer adaptações para se manter ou continuar crescendo no mercado. “Obter informações e transformá-las em algo que ajude na empresa ou mesmo se atentar para outras oportunidades que surgiram com a nova reconfiguração social”, disse.
A empreendedora Maíra da Costa, de 39 anos, ficou atenta e também precisou reinventar seu negócio no ano passado. A partir de pesquisas com os próprios clientes, conseguiu manter a Free Soul Food em funcionamento em São Paulo (SP). “Acho que o empreendedor tem que ter bem claro que é o cliente que ajuda a te nortear quando acontecem essas coisas [no caso, a pandemia], é preciso entender o que o cliente está fazendo e o que ele precisa”, disse.
Há cinco anos no ramo da gastronomia, Maíra toca com a mãe a empresa que oferece alimentação para pessoas com restrições alimentares, veganos e vegetarianos e também atuava com serviço de buffet completo para eventos sociais e grandes clientes corporativos, como coffee breaks e coquetéis. Com as mudanças impostas pela pandemia e a adoção do trabalho remoto em muitas corporações, foi necessário explorar outros modelos de negócios. “Tínhamos vários eventos agendados para o segundo semestre [de 2020] e simplesmente foram cancelados”, disse.
No primeiro momento, elas passaram a oferecer cursos para pessoas físicas e jurídicas, entre eles, de panificação, proteína vegetal e alimentação saudável. No segundo momento, por demanda dos clientes, foi a vez de explorar as vendas online e o serviço de delivery.
Hoje, elas oferecem cestas de refeições pré-prontas e alimentos cortados e fracionados para serem feitas em casa. “Todos estavam tentando se virar, a maioria em home office, para dar conta da alimentação da família; muitos estavam perdidos sobre o que comprar e como preparar as refeições. Então, a partir de uma pesquisa, lançamos a cesta inclusiva”, explicou. Os pedidos são feitos pela internet, com entrega para diversas regiões da cidade de São Paulo.
Além da cesta para atender as famílias, elas também queriam uma alternativa para manter o atendimento às pessoas jurídicas e perceberam que os eventos continuavam acontecendo em um modelo diferente, com equipes reduzidas e transmissões online. Dessa forma, também foi criado o coffee break na caixa.
“Parte dessas mudanças não foram em processos simples, ficamos quase quatro meses com a empresa fechada. Fizemos a pesquisa e começamos a oferecer os cursos para não perder o contato com o cliente. Além disso, participei de capacitações de entidades diferentes para podermos nos adaptar. A gente entende que o normal, como conhecíamos, não existirá mais, as pessoas vão precisar se adaptar”, explicou Maíra.
Cooperativas da agricultura familiar do Sul da Bahia, que atuam no segmento de chocolates, apostam no período de Páscoa para aquecer as vendas. Os chocolates são produzidos com o puro cacau, cultivado da forma agroflorestal conhecida como Cabruca, que maneja o cacau à sombra das árvores nativas da Mata Atlântica, sem prejudicar a preservação do bioma. Os empreendimentos contam com o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com ações, desde a base de produção até o acesso ao mercado.
A Bahia Cacau, primeira fábrica da agricultura familiar do país, localizada no município de Ibicaraí, sob a gestão da Cooperativa da Agricultura Familiar e Economia Solidária da Bacia do Rio Salgado e Adjacências (Coopfesba), aposta na comercialização de ovos de Páscoa nos percentuais de 50% e 70% de teor de cacau, em embalagem de 200g. Além disso, a cooperativa oferece um mix de chocolates que variam de 35% a 70% de cacau, distribuídos em barras de 20g e 80g. Completam a cesta de produtos o nibs, mel de cacau, licor de mel de cacau e o bombons de chocolate com frutas, a exemplo de abacaxi, licuri, umbu, café, banana e goiaba.
Ovos e chocolates da Bahia Cacau podem ser adquiridos na lojas da fábrica, em Ibicaraí, localizada na rodovia 415; na loja de Feira de Santana, no bairro SIM; e em Salvador, nas lojas do Centro de Economia Solidaria – Cesol, do Salvador Shopping e Salvador Norte Shopping. Os produtos estão disponíveis também para os consumidores da capital baiana na loja virtual www.escoarbrasil.com.br.
O diretor-presidente da Coopfesba, Osaná Crisóstomo Nascimento, destaca que pandemia do coronavírus tem um impacto nas vendas, mas que estão otimistas para a Páscoa: “Apesar da pandemia, vamos proporcionar aos nossos clientes a oportunidade de saborear um chocolate de qualidade, de origem, o melhor chocolate do Brasil. Para isso, além dos espaços físicos, estamos oferecendo o serviço delivery, com vendas on-line”.
Chocolates Natucoa
A Cooperativa de Serviços Sustentáveis da Bahia (Coopessba), sediada em Ilhéus, conhecida pela fabricação de chocolates veganos, com a marca Natucoa, lançou os ovos de Páscoa artesanais, em embalagens de 320 a 330g, trufado com geleia de mel de cacau, trufado com caramelo salgado e Licuri, e ovos com 70% cacau especial, com bombons.
A Natucoa comercializa chocolates de origem nas versões 56% 70% e 80% de cacau, 65% com Nibs, 70% com Licuri e 70% com Licuri caramelizado, além de uma linha de panetones/chocotones veganos.
Os produtos da Natucoa podem ser adquiridos nas lojas parceiras, loja de fábrica na sede da cooperativa, na rodovia Ilhéus-Itabuna, e por meio das redes sociais da cooperativa. Outra opção é a compra virtual, pelo site www.coophub.com.br ( @bahiacoophub), com entrega em Salvador e Região Metropolitana.
Para a Páscoa, a Natucoa apostou no lançamento de ovos de chocolate com sabores diferenciados, inclusive utilizando mistura de produtos da agricultura familiar, a exemplo do Licuri: “Estamos otimistas! Hoje, temos mais capilaridade de vendas em outras regiões, com revendedores em diversos municípios baianos e em outros estados”, afirma Carine Assunção, diretora-presidente da Coopessba. Ela ressaltou que a Páscoa é um momento simbólico importante para o cristianismo e, que “nesse momento atual que vivemos, precisamos manter viva a esperança de um novo tempo”, diz Carina.
Bahia Produtiva
O Governo do Estado, por meio do projeto Bahia Produtiva, executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR/SDR), destinou mais de R$2,5 milhões para a Coopfesba, que vêm sendo aplicados em assistência técnica e extensão rural (Ater), melhoramento no manejo da planta e aquisição de equipamentos. Para a base produtiva, foi destinado R$1 milhão, com insumos e capacitações, além de apoiar a definição de estratégias para comercialização e o levantamento de consultoria de franquias.
Na Coopessba, o Governo do estado está investindo R$ 2,5 milhões em ações que incluem a ampliação da capacidade produtiva da cooperativa, o que proporcionará a ampliação e o desenvolvimento de novos mercados. Além da capacitação da equipe de vendas para a distribuição da marca nos mercados atacadista e varejista e apoio para a participação em feiras e eventos nacionais e internacionais que contemplam um leque de soluções e ações para viabilizar mercados. Os investimentos também possibilitaram à Coopessba acessar o serviço de assistência técnica e extensão rural (Ater), que ajudou na qualificação e no aumento da produção, e a assistência técnica e gerencial (Ateg), o que fez melhorar a gestão da cooperativa.
Cidade do litoral sul da Bahia se transforma em palco a céu aberto para danças. Programação do festival começa no sábado (20/mar)
“Em plena pandemia, parecia improvável, mas deu certo!”, celebra Verusya Correia, diretora artística e fundadora do Festival de Dança Itacaré, que nesta edição ganhou o nome de Online Festival de Dança Itacaré.
Com apenas 90 dias para realizar um festival do início ao fim, nesta semana o projeto entra em sua fase final, o encontro virtual com o público. “Em um momento de recolhimento, contração e isolamento, tudo se expandiu”, avalia Richard Melo, gestor de projetos da Ventuna Digital, empresa responsável pela adaptação da versão digital do festival que é realizado há mais de dez anos na cidade do litoral sul baiano.
O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.
O Festival é uma realização da Prefeitura de Itacaré e Casa Ver Arte.
A partir de sábado (20/mar) será a vez do público conferir as sete obras inéditas criadas especialmente para o Festival em paisagens naturais e urbanas em colaboração com artistas da Bahia. A programação também oferece oficinas, palestras, encontros, lançamento de livro, exposição e estreia de filmes.
Nesta versão, o Festival em sua convocatória lançou o seguinte desafio aos artistas baianos: a criação coletiva. Ou seja, o evento não receberia obras prontas. Os artistas deveriam estar dispostos a criar coletivamente trabalhos inéditos para paisagens de Itacaré.
“A convocatória foi um sucesso estrondoso”, avalia Rafael Ventuna, diretor técnico do Online Festival. Com 134 inscrições, o chamamento estadual recebeu em onze dias o equivalente à média de recebimento de propostas enviada por artistas de todo o Brasil em anos anteriores. “Muitas inscrições individuais. Apesar da limitação de até três artistas por inscrição, percebemos que ali havíamos iniciado a discussão sobre protocolos de segurança”, ressalta Ventuna.
Após a seleção realizada em janeiro, a primeira quinzena de fevereiro foi dedicada a uma rodada intensa de reuniões virtuais com a equipe que estava espalhada pela Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás. Todas as filmagens foram realizadas em Itacaré na segunda quinzena de fevereiro. Ao todo, sete locações: Praia da Costa (Praia do Pontal), Cachoeira de Cleandro, Bairro Porto de Trás, Fazenda Vila Rosa (Taboquinhas), Praça São Miguel, Farol e Praia de Jeribucaçu.
Para o coordenador de produção Gilmar Silva, o cuidado consigo e com os outros foi fundamental. “Não teve nenhuma intercorrência grave. Entramos sãos e saímos saudáveis”.
A sintonia entre a equipe de fato fez a diferença. “O projeto previa seis danças. Agora são sete danças, um filme e um documentário making of. Este encontro rendeu!”, se alegra Verusya. “Agora, depois de tanto trabalho e dedicação, é ver como o público vai reagir diante destas imagens belíssimas e destes trabalhos tão plurais que dialogam com o tema fronteiras”.
O Núcleo Regional de Saúde/NRS Sul da Secretaria Estadual da Saúde recebeu na manhã de hoje (17) uma nova remessa de doses de vacina contra a Covid 19.
Essas doses serão suficientes para atingir 100% do público de profissionais de saúde, idosos acima de 70 anos e população indígena aldeada e já estão sendo encaminhadas para as secretarias municipais de saúde. A coordenadora do NRS Sul, Domilene Borges lembra que de acordo com o que foi pactuado em CIB (Comissão Intergestores Bipartite, instância que reúen gestores das secretarias municipais de saúde e da secretaria da saúde do estado) e, só receberão novas vacinas as cidades que já atingiram 85% de aplicação das doses enviadas anteriormente.
Nesta nova remessa, a região de Ilhéus recebeu 4070 doses, a de Itabuna 7.830, a de Jequié 7.800 e a região de Gandu 3.220 doses. As vacinas devem ser exclusivamente aplicadas ao público alvo desta etapa e imunização.
Domilene Borges destaca que apesar da vacinação estar em andamento, as doses ainda são insuficientes para atender toda a população e reforça a necessidade de a população respeitar os protocolos determinados pela Organização Mundial de Saúde, como distanciamento social, uso de máscaras, álcool em gel e higienização permanente. “Estamos com leitos clínicos e de UTI no limite de ocupação na rede hospitalar de Itabuna e Ilhéus” alerta.
Os aposentados e pensionistas do INSS já podem consultar o Informe de Rendimentos do ano-base 2020 para preenchimento da declaração do Imposto de Renda de 2021.
O informe de rendimentos é um dos principais documentos utilizados para fazer a declaração do Imposto de Renda. Nele constam os valores recebidos pelo contribuinte ao longo do ano, quanto já pagou de imposto por retenção direto na fonte, e quanto contribuiu com a Previdência Social.
O documento já está disponível no site www.meu.inss.gov.br. Para acessar é preciso se cadastrar no sistema e registrar uma senha. Depois é só seguir os passos informados no site e selecionar a opção “Extrato de Imposto de Renda”. O arquivo estará disponível em PDF e pode ser salvo no computador ou no celular.
A Receita Federal ainda não definiu quando as declarações do imposto de renda começam a ser recebidas pelo governo, o que deve ser anunciado até o começo de março. O presidente Jair Bolsonaro chegou a prometer um reajuste na tabela que define o piso de rendimento que torna obrigatória a declaração. Como esse reajuste ainda não aconteceu, a princípio, todas as pessoas com rendimento anual acima de R$ 28.559,70 vão ser obrigadas a fazer a declaração, incluindo pensionistas e aposentados.
A declaração também é obrigatória para quem recebeu rendimentos isentos, como indenização trabalhista, saque do FGTS ou rendimentos da poupança, em valores superiores a R$ 40 mil.
Para declarar o imposto de renda os contribuintes também precisam ter em mãos outras informações, como o informe de rendimentos de investimentos, que é fornecido pelo banco da pessoa, além de outras fontes de rendimento, como aluguel de imóveis. Bancos, empresas e o próprio INSS têm até o dia 26 de fevereiro para fornecer o documento.(Agência Brasil)