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Online Festival de Dança Itacaré mostra obras criadas em paisagens naturais e urbanas

Cidade do litoral sul da Bahia se transforma em palco a céu aberto para danças. Programação do festival começa no sábado (20/mar)

“Em plena pandemia, parecia improvável, mas deu certo!”, celebra Verusya Correia, diretora artística e fundadora do Festival de Dança Itacaré, que nesta edição ganhou o nome de Online Festival de Dança Itacaré.

“Atravessamentos” traz em cena a pojucana Clécia Senna em dança no Farol de Itacaré; Foto: Wilson Oliveira

Com apenas 90 dias para realizar um festival do início ao fim, nesta semana o projeto entra em sua fase final, o encontro virtual com o público. “Em um momento de recolhimento, contração e isolamento, tudo se expandiu”, avalia Richard Melo, gestor de projetos da Ventuna Digital, empresa responsável pela adaptação da versão digital do festival que é realizado há mais de dez anos na cidade do litoral sul baiano.

O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

O Festival é uma realização da Prefeitura de Itacaré e Casa Ver Arte.

A partir de sábado (20/mar) será a vez do público conferir as sete obras inéditas criadas especialmente para o Festival em paisagens naturais e urbanas em colaboração com artistas da Bahia. A programação também oferece oficinas, palestras, encontros, lançamento de livro, exposição e estreia de filmes.

O acesso é grátis e a retirada de ingressos e inscrições podem ser feitas em www.festivaldedancaitacare.com.br.

CRIAÇÃO COLETIVA

Coletivo Trippé, de Juazeiro, na Cachoeira de Cleandro. Foto: Wilson Oliveira

Nesta versão, o Festival em sua convocatória lançou o seguinte desafio aos artistas baianos: a criação coletiva. Ou seja, o evento não receberia obras prontas. Os artistas deveriam estar dispostos a criar coletivamente trabalhos inéditos para paisagens de Itacaré.

“A convocatória foi um sucesso estrondoso”, avalia Rafael Ventuna, diretor técnico do Online Festival. Com 134 inscrições, o chamamento estadual recebeu em onze dias o equivalente à média de recebimento de propostas enviada por artistas de todo o Brasil em anos anteriores. “Muitas inscrições individuais. Apesar da limitação de até três artistas por inscrição, percebemos que ali havíamos iniciado a discussão sobre protocolos de segurança”, ressalta Ventuna.

Após a seleção realizada em janeiro, a primeira quinzena de fevereiro foi dedicada a uma rodada intensa de reuniões virtuais com a equipe que estava espalhada pela Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás. Todas as filmagens foram realizadas em Itacaré na segunda quinzena de fevereiro. Ao todo, sete locações: Praia da Costa (Praia do Pontal), Cachoeira de Cleandro, Bairro Porto de Trás, Fazenda Vila Rosa (Taboquinhas), Praça São Miguel, Farol e Praia de Jeribucaçu.

Para o coordenador de produção Gilmar Silva, o cuidado consigo e com os outros foi fundamental. “Não teve nenhuma intercorrência grave. Entramos sãos e saímos saudáveis”.

A sintonia entre a equipe de fato fez a diferença. “O projeto previa seis danças. Agora são sete danças, um filme e um documentário making of. Este encontro rendeu!”, se alegra Verusya. “Agora, depois de tanto trabalho e dedicação, é ver como o público vai reagir diante destas imagens belíssimas e destes trabalhos tão plurais que dialogam com o tema fronteiras”.


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