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Estudo inédito mostra estoque de carbono no cacau cabruca


A cabruca (sistema agroflorestal de cultivo de cacau no qual as árvores nativas da região são usadas para fornecer sombra aos cacaueiros) possui alto potencial de estocar carbono, isso já se sabia. Mas um estudo inédito, fruto de uma parceria entre a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) através do Laboratório de Ecologia Aplicada à Conservação, o Instituto Arapyaú, a Dengo Chocolates e o World Resources Institute (WRI), buscou compreender a correlação entre a produtividade do cacau, o sombreamento e o estoque de carbono presente nas 17 propriedades estudadas.

 As pesquisadoras Dra. Larissa Rocha Santos, Dra. Deborah Faria, Dra. Marina Figueiredo, o Dr. Eduardo Assad e Camila Estevam concluíram que, na média, representam 60% do estoque de carbono do sistema, demonstrando seu potencial mitigador. O estudo indica que há uma forte tendência de uma sinergia entre as principais variáveis de interesse. As análises permitiram compreender que o sombreamento tem forte correlação com o estoque de carbono do sistema, devido à maior presença de biomassa.

 Um estudo inédito acaba de traduzir em números o quanto essa relação ajuda a mitigar as mudanças climáticas, mensurando o estoque de carbono nas propriedades que utilizam esse sistema agroflorestal.

 E o resultado foi uma surpresa para os pesquisadores: a cabruca é capaz de estocar, em média, 66 toneladas de carbono por hectare. “O estudo ainda não faz essa comparação, mas estimamos que isso seja quase o dobro da quantidade encontrada no cultivo do cacau a pleno sol, que é de 35,6 toneladas”, explica Camila Estevam, bióloga consultora e uma das responsáveis pela pesquisa.

 A conclusão mostra uma “fotografia” de quanto carbono há estocado nas propriedades naquele momento os dados podem ajudar a estruturar pagamento por serviço ambiental. O estudo pode ser acessado na página: https://arapyau.org.br.


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