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Wagner e Patrus pediram “exame de consciência” e “autocrítica construtiva” ao PT

Wagner e PatrusDo Brasil 247

Coincidência ou não, neste fim de semana, dois ministros do governo Dilma Rousseff com peso dentro do Partido dos Trabalhadores defenderam uma mudança no posicionamento da legenda em relação às acusações que pesam sobre o PT.

Nesse sábado, 2, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, em entrevista ao jornal O Globo, defendeu que o PT faça um “exame de consciência”. Para ele, “o PT perdeu um bom momento de fazer um mea-culpa público e assumir o compromisso de não mais receber recursos de empresas”. “No congresso (do partido), era um bom momento para o PT dizer ‘não receberemos mais’. Não fez isso. E depois veio uma lei proibindo”, afirmou (leia mais).

Um dia depois foi a vez do ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, braço direito da presidente Dilma Rousseff, dizer à Folha que o PT errou ao ter “se lambuzado” na “velha política” de financiamento de campanhas, ao invés de combatê-los. “Errou ao não ter feito a reforma política no primeiro ano do governo Lula. E aí não mudou os métodos do exercício da política. Ficou usando ferramentas que já eram usadas. Talvez, porque nunca foi treinado para isto, deve ter feito como naquela velha história: ‘Quem nunca comeu melado, quando come, se lambuza'”, afirmou (leia aqui).

Não está claro ainda se as duas declarações são opiniões isoladas dos auxiliares da presidente Dilma, ou de um movimento interno dentro do PT, que busca uma reconciliação com a sociedade.

Até o momento, a posição oficial do partido, expressada pelo seu presidente, Rui Falcão, é a de que todas as doações ao PT nos últimos anos foram legais e registradas na Justiça Eleitoral, fato que não é questionado pelo ministro Jaques Wagner.

O PT, entretanto, pode ter “se lambuzado” em doações perfeitamente legais. Mas os ministros dão a entender que, mesmo legais, elas poderiam ter sido exageradas, até porque o partido captou doações em anos não eleitorais.

A reconexão do PT com a sociedade e principalmente sua militância política se tornou uma espécie de condição “sine qua non” para uma eventual candidatura do ex-presidente Lula em 2018.

Resta saber se o PT vai encampar este movimento.


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