A taxa média de desemprego no Brasil foi de 7,8% em 2023, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No trimestre encerrado em dezembro, a taxa foi de 7,4%. (saiba mais abaixo)
Esse é o menor patamar desde 2014, quando a taxa foi de 7%. O resultado também representa uma desaceleração em relação aos números registrados em 2022, quando a taxa média de desemprego foi de 9,3%
Já a população ocupada média chegou a 100,7 milhões de pessoas em 2023, também um recorde da série histórica do IBGE. O resultado representa uma alta de 3,8% em relação a 2022 (96,9 milhões).
O percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar — chamado de nível da ocupação — foi estimado em 57,6% em 2023, uma alta de 1,6% em relação ao ano anterior.
Em relação ao tipo de emprego, os empregados com carteira de trabalho assinada tiveram alta de 5,8% no ano, mais um recorde histórico com uma média de 37,7 milhões de pessoas. Os registrados representaram 73,8% dentre os empregados do setor privado, estabilidade contra 2022.
Os empregados sem carteira assinada no setor privado foram 13,4 milhões de pessoas em média, também recorde e com um aumento de 5,9%.
O número de trabalhadores domésticos foram 6,1 milhões de pessoas em média (alta de 6,2%).
Os informais chegaram a uma média de 39,4 milhões de trabalhadores, com taxa de informalidade de 39,2%. Já a população desalentada teve média de 3,7 milhões de pessoas (redução de 12,4%).
Rendimento médio em alta
Depois de dois anos de queda, o rendimento médio real habitual teve alta de 7,2% em 2023, e passou a R$ 2.979.
É o maior valor desde 2020, quando as estatísticas de renda foram distorcidas pela pandemia de Covid-19. Naquele ano, trabalhadores de salários menores foram excluídos do mercado de trabalho, com a destruição de vagas de emprego presenciais, em virtude do isolamento social.
Já a massa de rendimento real habitual foi estimada em R$ 295,6 bilhões na média de 2023, recorde da série histórica do IBGE. O resultado subiu 11,7% frente ao ano anterior.
Desemprego no último trimestre
No último trimestre do ano passado, encerrado em dezembro, a taxa de desocupação foi de 7,4%, um recuo de 0,3 ponto percentual em relação ao período entre julho e setembro.
Nessa mesma comparação, os três últimos meses do ano passado trazem redução de 0,3 ponto percentual (7,7%) na taxa de desocupação. No mesmo trimestre de 2022, a taxa era de 7,9%. É a menor taxa trimestral desde janeiro de 2015. Já para um trimestre encerrado em dezembro, desde 2014.
Com os resultados deste trimestre, o número absoluto de desocupados teve queda de 2,8% contra o trimestre anterior, atingindo 8,1 milhões de pessoas. O país chegou ao menor contingente de desocupados em números absolutos desde o trimestre móvel encerrado em março de 2015.
No trimestre, houve crescimento de 1,1% na população ocupada, que chegou ao recorde de 101 milhões de pessoas, maior número da série histórica iniciada em 2012. No ano, o aumento foi de 1,6%, com mais 1,6 milhão de pessoas ocupadas.
Assim, o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar — chamado de nível da ocupação — foi estimado em 57,6%, alta de 0,5 p.p. no trimestre. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, a alta é de 0,4 p.p.
O número de pessoas dentro da força de trabalho (soma de ocupados e desocupados), teve alta de 0,8% no trimestre, estimado em 109,1 milhões. A população fora da força totalizou 66,3 milhões, uma redução de 0,8% no período.
Veja os destaques de dezembro
- Taxa de desocupação: 7,4%
- População desocupada: 8,1 milhões de pessoas
- População ocupada: 101 milhões
- População fora da força de trabalho: 66,3 milhões
- População desalentada: 3,5 milhões
- Empregados com carteira assinada: 37,9 milhões
- Empregados sem carteira assinada: 13,5 milhões
- Trabalhadores por conta própria: 25,6 milhões
- Trabalhadores domésticos: 6 milhões
- Trabalhadores informais: 39,5 milhões
- Taxa de informalidade: 39,1%
Com 37,9 milhões de trabalhadores no setor privado com carteira assinada, o contingente foi recorde da série histórica, desde 2012. Houve alta de 1,6% no trimestre e de 3% na comparação anual.
Empregados sem carteira no setor privado (13,5 milhões), trabalhadores por conta própria (25,6 milhões), o de empregadores (4,2 milhões) e o de empregados no setor público (12,2 milhões) ficaram estáveis na medição de dezembro.
Já o número de trabalhadores domésticos (6 milhões) teve alta de 3,8% contra o trimestre anterior e de 3,5% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
O rendimento real habitual ficou estável frente ao trimestre anterior, e passou a R$ 3.032. No ano, o crescimento foi de 3,1%. “Houve aumento no grupamento Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2%). Os demais grupamentos não apresentaram variação significativa”, destaca o IBGE. (do g1)