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Seminário sobre clima em Itabuna

Atrair pesquisa científica para medidas institucionais de conservação, restaurar áreas verdes, monitorar a tríade água, energia e alimentos e transformar lixo em combustível limpo para o transporte público foram algumas recomendações gerais para a construção do Plano de Mitigação e Adaptação às Mudanças do Clima (PMAMC) de Itabuna.

Elas foram apontadas durante o Seminário Preparando os Municípios para as Mudanças Climáticas realizado pela Organização Não Governamental Bahia no Clima, na manhã desta quinta-feira, 6, no auditório da Secretaria Municipal de Planejamento (SEPLAN), no Jequitibá Trade Center, no Góes Calmon.

A iniciativa, que teve a parceria da Prefeitura de Itabuna, contou com o apoio da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), é patrocinada pelo Governo do Estado Bahiagás. O seminário foi presencial e online por meio das redes sociais.

Itabuna foi inserido entre os 10 municípios baianos que iniciaram a discussão sobre as mudanças climáticas, envolvendo o poder público, a sociedade civil, instituições e estudantes do ensino superior, ambientalistas e especialistas, com subsídios relevantes de apoio ao plano estratégico de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

ENCHENTES

Na abertura do Seminário, o secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Moacir Smith Lima, fez um histórico sobre o desenvolvimento e ocupação desordenada do solo de Itabuna, cujas consequências colaboram negativamente para o surgimento de graves problemas socioambientais. Ele também falou da constante preocupação do governo municipal em mitigar os impactos à população em áreas de risco e habitações subnormais (favelas).

Já o diretor da Defesa Civil, Kaique Brito, destacou os números levantados sobre os 25 mil habitantes que residem em áreas ribeirinhas e os 30 mil domicílios construídos em áreas de vulnerabilidade.

“Hoje, Itabuna está vivendo um novo contexto em relação ao planejamento para o enfrentamento das situações de riscos, graças à sensibilidade e compreensão do prefeito Augusto Castro do quanto é imprescindível que nos apropriemos do conhecimento científico para construirmos políticas públicas capazes e eficazes na prevenção e mitigação destes problemas”, afirmou Kaique.

DESERTIFICAÇÃO

Responsável pela abordagem sobre as Mudanças Climáticas Globais e os impactos delas no contexto nacional, estadual e local, o coordenador da Bahia no Clima, Virgílio Machado, agradeceu o apoio da Prefeitura para a realização do Seminário.

“Por mais que seja urgente a necessidade global de mitigar os impactos das mudanças climáticas, boa parte das responsabilidades recaem sobre os gestores dos municípios”, disse. Ao apresentar as vulnerabilidades de Itabuna, Virgílio revelou dados do Sistema Map Biomas sobre as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).

Citou a mudança de uso do solo, entre 1985 e 2020, e o sequestro do dióxido de carbono (CO²) no município. Ele destacou que Itabuna ocupa a 31ª posição entre 417 municípios baianos que mais emitem GEE – cerca de 400 toneladas/ano. Os setores de energia, agropecuária, produção de resíduos e ocupação do solo mais preocupantes e chamou à atenção para a perda da cobertura vegetal e a tendência à desertificação.

Ao apresentar as recomendações para a elaboração do Plano Municipal de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas falou da necessidade de identificar áreas ocupadas mais suscetíveis ao surgimento de ilhas de calor e com déficit de árvores para o plantio, bem como estimular a agricultura mais resiliente para lidar com riscos “É preciso que Itabuna estimule técnicas construtivas na cidade e no campo aproveitando a energia solar e a chuva que favoreçam o conforto térmico”, argumentou.

O representante da Universidade Federal do Sul da Bahia, professor Joel Felipe, destacou a iniciativa desenvolvida em parceria com a Prefeitura de Itabuna para a requalificação urbana e ambiental do bairro Gogó da Ema, cujo projeto foi aprovado com destaque e prevê investimentos na melhoria das moradias e na rede de esgotamento sanitário.


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