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Quase 85% da população preta afirma ter sofrido discriminação racial

Rio de Janeiro (RJ), 30/07/2023 - IX Marcha das Mulheres Negras do Rio de Janeiro, na praia de Copacabana, zona sul da cidade. Foto:Tânia Rêgo/Agência BrasilDe cada 100 pessoas pretas, 84 relatam já ter sofrido discriminação racial. A revelação faz parte de uma pesquisa apoiada pelo Ministério da Igualdade Racial (MIR), divulgada nesta terça-feira (20), que traz experiências de brasileiros com diversas formas de preconceito em atividades cotidianas.

Para chegar aos dados, os pesquisadores aplicaram questionários de escala de discriminação cotidiana. Os entrevistados responderam perguntas como:

Sou tratado com menos gentileza que outras pessoas
Sou tratado com menos respeito que outras pessoas
Recebo um atendimento pior que outras pessoas em restaurantes e lojas
Agem como se tivessem medo de mim
Sou ameaçado ou assediado
Sou seguido em lojas
Para essas situações, as pessoas tinham que dizer se aconteceram frequentemente, sempre, raramente ou nunca.

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Resultado
A análise das respostas mostra que pouco mais da metade da população preta (51,2%) relata ser tratada com menos gentileza. Entre os pardos, esse patamar é de 44,9%. Já na população branca, 13,9%. O padrão se repete em outros critérios:

Pretos Pardos Brancos
Tratado com menos respeito 49,5% 32,1% 9,7%
Recebe atendimento pior 57% 28,6% 7,7%
Seguido em lojas 21,3% 8,5% 8,5%

O levantamento conduzido pelas organizações da sociedade civil Vital Strategies Brasil e Umane coletou informações, pela internet, de 2.458 pessoas entre agosto e setembro de 2024. O universo de entrevistados sofreu ponderações, de forma que representasse o perfil da população brasileira.

Quando anunciou a parceria, em agosto do ano passado, o Ministério da Igualdade Racial explicou que a pesquisa teria o objetivo de analisar dados públicos sobre saúde da população negra, com foco na promoção de políticas públicas direcionadas para combate ao racismo no sistema público de saúde.

A pesquisa contou com apoio técnico da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e do Instituto Devive. Tanto o Devive quanto as condutoras da pesquisa atuam na área da saúde pública. Leia  mais na Agência Brasil.


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