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Feira Agroecológica de Campo Alegre de Lourdes gera renda e fortalece organização social de agricultores do município

Feira Agroecológica de Campo Alegre de Lourdes gera renda e fortalece  agricultura do município | Jornal do RadialistaInaugurada há dois meses, a Feira Agroecológica de Campo Alegre de Lourdes é um antigo sonho das famílias agricultoras do município, consolidado. São 27 barracas comercializando produtos agroecológicos, no espaço coberto da feira livre, que funciona todos os sábados pela manhã, no Mercado Municipal. Em fevereiro deste ano, o Governo Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), entregou, à população de Campo Alegre de Lourdes, o Mercado e a Feira Livre, revitalizados, o que permitiu a realização de Feira Agroecológica.

“Há uns cinco anos, a Feira estava entre as lutas das comunidades. Hoje, a gente vem colocando a feira em prática com apoio de parceiros como a CAR, Sasop e Sindicato. Hoje, 47 famílias estão envolvidas, mas a ideia é ter o número de famílias ampliado. O desafio é se organizar cada vez mais para dar continuidade a esta feira, que é um espaço importante para nossas comunidades e para a agricultura familiar”, afirma Leandro Lacerda, da comunidade Lagoa do Gado e membro da Coordenação da Feira.

A agricultora Ivone Ribeiro da Trindade, da comunidade Travessão, comercializa junto com o esposo e a filha produtos in natura e também beneficiados, como pamonha e beijus. Ela ratifica a importância do espaço para a geração de renda. “Eu levo os produtos para a Feira Agroecológica e é um espaço muito importante porque é um complemento na nossa renda familiar. Todo sábado tem venda. As coisas que a gente leva é orgânico, tudo natural sem uso de veneno. As pessoas podem comprar sem medo. Antes da Feira era bem mais difícil, agora a renda só aumentou”.

Além da comercialização na Feira, os grupos de agricultores organizados também fornecem alimentos para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Para Maria Zélia, da comunidade Pitomba, o acesso a estes mercados tem assegurado renda para manter a família. “Trabalho com verduras e hortaliças para vender no comércio e no PNAE. Mamão, mandioca, cebolinha, beterraba, banana. Tenho de tudo um pouco. Toda semana eu tenho minha banca na feira, onde eu vendo, e também o PNAE. Depois disso melhorou bastante minha renda”.

A comercialização de alimentos limpos é o diferencial da Feira e a estimativa é de que, em breve, as famílias consigam o selo de certificação orgânica participativa. A organização da produção e o incentivo à comercialização é feita por meio do assessoramento técnico ofertado pela CAR, através do projeto Pró-Semiárido, em parceria com o Serviço de Assessoria a Organizações Populares (Sasop).

“A assessoria continuada faz com que a gente tenha mais tempo para organizar a base de produção e organizar as pessoas para ocupar esses espaços de comercialização. Este modelo de trabalho, onde há o diálogo do Estado com a sociedade civil organizada e agricultores e agricultoras, dentro das suas comunidades, facilita muito. Teve também todos os investimentos na produção das famílias, metodologia participativa para buscar melhores caminhos e decisões para as necessidades das famílias. Toda essa estrutura de organização de trabalho vem ajudando a ocupar espaço nos circuitos curtos de comercialização, a exemplo da Feira Agroecológica”, explica o técnico do Sasop, que atua pelo Pró-Semiárido, Adão José.

O Pró-Semiárido é um projeto do Governo do Estado, executado pela CAR, empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento e Rural (SDR) com cofinanciamento do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida). Fotos: Elka Macêdo


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