Rafael Bertoldo | [email protected]
Após o carnaval, o ideal é iniciar esse texto com mais um: Feliz ano novo! Nada mais adequado para o país que tem o maior carnaval (festa de rua) do mundo, dados os cumprimentos vamos ao que interessa.
Estamos em um ano eleitoral na instância dos poderes municipais, mais de cinco mil municípios elegerão seus novos prefeitos e vereadores pelo Brasil, num cenário turbulento de crise política, econômica e ética a tarefa dos pretensos candidatos é driblar o descrédito, desconfiança e a repulsa popular dado tantos escândalos de corrupção em nível nacional, “nunca antes na história desse país” se ouvia falar em tantas cifras desviadas e corruptos locupletando-se com o erário público.
Como se não bastasse as crises econômica, política, hídrica à também um surto de epidemias causadas pelo mosquito Aydes, que coloca ainda mais responsabilidade aos gestores municipais que assumirão este ano. Itabuna tem mazelas sociais e estas se proliferam em velocidade ainda maior que a taxa de reprodução do mosquito, numa Itabuna centenária, nos deparamos com índices de violência dignos da faixa de gaza, até o dia 15/02/2016, foram quase de 30 homicídios registrados na cidade, estamos no meio do segundo mês do ano, se o ritmo permanecer no final de dezembro teremos mais de 200 homicídios. Ainda não falamos da questionável iluminação pública, das limitações do calçamento grapiúna, da irregular coleta e inadequado descarte do lixo comprometendo lençóis freáticos, do precário saneamento básico das periferias de nossa cidade, do péssimo atendimento dos postos de saúde …olha vou parar por aqui, porque como itabunense nascido e criado um sentimento de consternação pela péssima gestão da cidade é inevitável.
Mas a chance de fazermos bem a nossa parte neste ano são boas, aliás são excelentes, apesar do repúdio relativo aos políticos e seus atos espúrios, façamos um breve relato da consciência política do eleitor itabunense e também um teste à sua memória que não está falhando. Na eleição de 2008 um candidato que estava em terceiro lugar nas pesquisas venceu as eleições, após a junção dos dois primeiros candidatos, tal fato significou uma reviravolta nas pesquisas e fiéis eleitores migraram seus votos fazendo despontar do terceiro para primeiro um candidato hora sem brilho. Na eleição de 2012, um candidato diferente significou uma aposta na mudança para gerir Itabuna, este venceu e junto com tal feito a câmara de vereadores foi oxigenada e renovada em 90%. Ou seja o consciente e maduro eleitor da cidade de Itabuna mudou não apenas o governo, mas também a governabilidade, dando oportunidade a vereadores novos, diferentes e que na época se mostraram dispostos à mudança.
Veja bem caro leitor/eleitor não estamos falando de um curral eleitoral, mas sim de um público crítico e consciente que não esqueceu seu passado recente e também seu passado remoto quando do voto de cabresto guiado pelo coronel. E veja bem, também, pretenso candidato jamais subestime o inteligente e de excelente memória, eleitor itabunense.
Rafael Bertoldo é servidor público, Economista e Especialista em Gestão Pública Municipal.