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E agora José? A festa acabou.

Rafael_perfilPor Rafael Bertoldo | [email protected]

É sabido por todos(as) que a prospecção no fundo da corrupção no Brasil promovida pela Operação Lava-Jato já é histórica. Debitamos os louros de muitas ações a perspicácia de levar o “Dilema do Prisioneiro”, da Teoria dos Jogos, por intermédio das delações premiadas como uma fonte das Operações como a Lava-Jato e outras.

Desde o doleiro Youssef, passando por Barusco (ex-dirigente da Petrobras), os executivos da Camargo Corrêa, da “Odebrecht” e outros, e mais recentemente os executivos da “JBS”. Falar o que sabe (e provar, claro!), tem sido o mapa da mina das Operações que investigam tramoias de desvios e corrupção.

Embora paire suspeição sobre a conduta “imparcial” do competente e versado juiz Sérgio Moro, reforçada por algumas ações que podem indicar inclinação do “retilíneo” juiz. Como por exemplo: um bom juiz, baseado em sua inquestionável conduta ilibada, deveria recusar o prêmio de “Brasileiro do Ano na Justiça”, em 2016, em evento promovido e, claramente, tendencioso pela revista “Isto é”.

Uma nota pública informando que como juiz, apenas desempenha suas funções, atribuições e papel em obediência as Leis e Normas seria de bom tom, no sentido de manter-se numa postura linear e não se deixar seduzir pelo preciosismo dos holofotes midiáticos. Logo, me solidarizo com os agentes promotores da justiça neutra e imparcial que atuam em nosso país e também foram “brasileiros do ano na justiça” em rincões que nem se tem notícia; outros exemplos podem ser descritos sobre o irretocável Moro, mas prefiro restringir nosso tema. Bom, enfim, sigamos com a esperança de que nenhum juiz entre em campo com a camisa de algum time.

Por oportuno, a última delação, a dos executivos da “JBS” é a bola da vez. Esta que chacoalhou o mundo político; porém, sobre o que eclodiu não podemos alegar surpresa sob pena de sermos calculados como ingênuos. Bom, e agora José? Os áudios, informados pela imprensa, comprometem profunda e insanavelmente o Presidente Temer, este que não renunciará, pelo menos se pronunciou, de maneira “enfática”, que não o fará.

O Temer saindo ou sendo retirado, na linha sucessória o Presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM) assume (não ria, é trágico), Eleição Indireta é a primeira opção e mais prática, porém Eleição Direta pode ser a opção mais democrática. E as pautas odientas de reformas em tramitação? A meu ver é insustentável que as suas tramitações ignorarem os bombásticos acontecimentos, então, que sejam suspensas por força maior.

Qual é a nossa tarefa? Batata! Voltar às ruas, pressão popular, opinião pública, Fora Temer! Inicialmente, que compreendamos a real carência de abandonarmos as paixões político-partidárias, o fanatismo que nos cega diante da inaceitável realidade de que a corrupção é ambidestra (direita/esquerda) e precisamos limpar essa fossa para recomeçar. Transcender esta cegueira que faz alguns insistirem em preferir criar políticos corruptos de estimação à dóceis cãezinhos é vital.

A convocação às ruas deve ser geral e acima das siglas. A esperança na justiça e punibilidade dos, comprovadamente, corruptos deve ser permanente, ainda que esteja fortemente abalada. Comece ensinando a seu filho(a) que vale mais a pena ser justo do que corrupto. Que mundo estamos deixando para nossos filhos(as)? Depende, dos(as) filhos(as) que estamos deixando para esse mundo. Não podemos mudar o ontem, mas podemos mudar o amanhã. E antes que eu esqueça, #ForaTemer!

Rafael Bertoldo é  Economista e Especialista em Gestão Pública Municipal


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