Por Thiana Cazais
O Lançamento da Campanha Mar de Luta no último dia 30 de agosto de 2020, em todo o Brasil, foi uma iniciativa da Comissão Pastoral dos Pescadores (CPP) que convidou a Confederação Nacional das Reservas Extrativistas Marinhas (CONFREM), o Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP), a Associação Nacional dos Pescadores (ANP) e alguns parceiros como a Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE), Intervozes , do Mídia Ninja, a Rede Mangue de Advogados Populares; em defesa dos pescadores artesanais que se manifestaram em protesto à falta de respostas do Estado e contra a invisibilização dos impactos que sofreram, segundo eles quando houve o crime ambiental do derramamento de petróleo no litoral do nordeste e de parte do sudeste do país em 2019, o que completa nesse ano de 2020 um ano desse crime.
Também vale lembrar que não houve investigação adequada, sem reparação às populações impactadas negativamente, sem estudos adequados sobre o real impacto desse crime ambiental nas áreas atingidas como estuários, praias, rios, manguezais, na saúde das marés e do povo que atuou na retirada do petróleo.
Dessa forma, essas diversas instituições envolvidas no lançamento dessa campanha realizaram diversas ações que marcam o aniversário de um ano do aparecimento das primeiras manchas de petróleo no litoral da Paraíba. Por isso, muitas lideranças de movimentos pesqueiros, de pesquisadores, de representantes de organizações de direitos humanos e pessoas físicas e algumas organizações ligadas às pautas socioambientais participaram do debate de lançamento no domingo (30/08), às 15 horas, nos canais do Youtube do Intervozes e do Mídia Ninja, com a intervenção de artistas populares também nos intervalos das falas dos participantes.
No entanto, no dia 31 de agosto de 2020 houve uma manifestação virtual às 14hrs no Twiter, com um tuitaço a hashtag é #MardeLuta, bem como, em diversas redes sociais que demonstraram a indignação dos povos dos mares, dos pesquisadores e de organizações parceiras e de toda a população em geral. Nessa ocasião foram enviadas fotos e vídeos da Campanha Mar de Luta também através do número de Whats App informado pela manifestação, (81) 3431-1417. Portanto, esses atos não estão restritos aos pescadores e pescadoras artesanais, mas diversos grupos étnicos espalhados pelo Brasil puderam participar em solidariedade aos pescadores artesanais e todas as comunidades e povos tradicionais, assim como, as comunidades urbanas de todo o litoral atingidos pela poluição de petróleo até hoje.
Então, essas manifestações foram realizadas com intuito de cobrar e responsabilizar o Estado pela ausência de respostas, reivindicar a aplicação do Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Petróleo, realizar pesquisas autônomas, o monitoramento de praias, manguezais e oceanos e da exploração de petróleo na costa brasileira; e por fim, impedir a abertura de novos poços de petróleo em alto mar. Praticando assim, a justiça socioambiental cabível frente a um dos piores crimes ambientais cometidos no Brasil até então.
Thiana Cazais é formada em Geografia pela UESC.