(deu em A tarde)Quem é “cria” de Salvador ou já frequenta a cidade durante o Carnaval possivelmente já sabe o que fazer na cidade durante os dias em que a folia acontece.
Entretanto, este é um período em que o turismo ferve, e milhares de novos turistas são atraídos a conhecer os encantos da capital baiana, quer seja para ir atrás dos trios, quer seja para visitar espaços alternativos longes da folia.
Para ajudar a este específico grupo, que vêm à cidade sem muita informação, reunimos alguns baianos para criar um guia turístico. Confira:
Além do óbvio
O professor Euclides Bittencourt, 60, mora na Federação e tem seus locais preferidos, que para ele, devem constar na programação de quem vem conhecer a cidade.
“Lugar para visitar em Salvador tem o Solar do Unhão, aquela comunidade muito boa, tem inclusive uns bares, recentemente teve uma festa cultural de Yemanjá e Oxum. O lugar está sendo bem frequentado”.
Para comer, ele sugere uma opção alternativa: o Líder Bar Restaurante e Churrascaria, no Dois de Julho, que se destaca por seu cardápio diferenciado.
“É um restaurante que tem característica mais para churrascaria, mas serve outros pratos exóticos, como pastel de maniçoba, codorna, coisas interessantes, diferentes da gastronomia convencional”.
Além deste, ele destaca ainda restaurantes e bares que ficam no Rio Vermelho, especificamente na Av. Brandão. “Ficam ali atrás da Igreja da Vitória e têm ainda uma visão privilegiada para a Baía de Todos os Santos e o pôr do sol”.
Euclides, que às vezes vai à saída do Ilê Aiyê por considerar um momento importante na cidade, curte também a pipoca dos Mascarados. Outro evento que ele lista é a Mudança do Garcia, devido ao clima agradável onde encontra amigos.
“Carnaval tem opção para tudo, se quiser banho de mar, um circuito mais agitado, bairros populares, o circuito Batatinha…”.
Ele ressalta que no Pelourinho a festa é mais tranquila e abrange vários públicos. “Gosto daquela região. Dá para conversar, bater papo, caminhar, ir no Terreiro de Jesus, que vale à pena. É um carnaval mais alternativo, que exige menos esforço físico, pode levar família, criança, idosos”.
O professor lembra que, por conta do momento climático global, com temperaturas cada vez mais elevadas, se hidratar é fundamental.
“Está muito calor e todo mundo está acompanhando, estamos em um momento difícil. Vale a pena usar roupas claras, bem leves, que não absorvam muito calor. Beba bastante água, bastante líquido, é importante. Até em bairros populares tem roupas mais baratas, um short tactel, camisa tactel, que se molhar, seca rapidinho, essa é a minha sugestão”.
Tradicional em destaque
A secretária Mônica Miranda, 42, mora na Barra e sugere o Porto da Barra como um local que não pode ficar de fora do roteiro dos novos turistas.
“É bom demais, tem uma energia maravilhosa, surreal, praia maravilhosa, água deliciosa, vale à pena”. Mônica sugere a comida baiana para integrar a rota gastronômica.
Ela pontua que, durante o Carnaval, não vê problemas com a segurança pública e consegue curtir a folia sem muitas intercorrências. Entretanto, pontua que é necessário ter mais atenção.
“Tem que ter um cuidado mais especial no carnaval. Eu, por exemplo, curto carnaval com celular, gravo algumas coisas, guardo, levo pouco dinheiro, só para uma cerveja, nunca me aconteceu nada, a mais pura verdade”.
Mônica, que gosta da Pipoca do Saulo e curte sempre que possível, prefere ir à Ondina para curtir os trios.
“É gostoso, espaçoso, os trios passam, quase todos param ali, então dá para curtir legal”. Ela também dá dicas de roupas para aproveitar melhor a festa.
“Roupas leves, shortinho jeans curto, tênis, lógico, uma camisetinha básica, blusinha básica, pronto, bom demais. Passa protetor solar, pois o sol está demais, e vamos curtir”.
Tempero fascinante
O salva-vidas Olivaldo Macêdo, 43, mora em Lauro de Freitas e sugere uma lista de pontos turísticos que, para ele, vale a pena conhecer.
“Hoje, diante de todas qualidades que tem Salvador, vários pontos turísticos, acho que vale à pena conhecer a região da Pedra Furada, a Gamboa, praias do Porto da Barra, Ondina, do Flamengo, Stella Maris… Vão acomodar muito bem os turistas”, conta ele, que também sugere dicas em Lauro.
“O Buraco da Velha, em Lauro de Freitas, tem piscinas naturais que podem proporcionar lazer e praias de qualidade a toda família”.
Na hora de comer, ele destaca as moquecas e o tempero baiano, que prometem surpreender.
“A Bahia, por ser uma terra que tem diversidade na culinária, indico a Pedra Furada, por causa das moquecas de qualidade, Suburbana também tem vários bares, vale a pena procurar. Bar da Mônica, na Gamboa, e alguns bares em Piatã, Jaguaribe, Itapuã…É aproveitar a culinária de Salvador”.
O salva-vidas também compartilha suas preferências de festas e trios para curtir a folia momesca.
“No carnaval, para mim, o que se destaca são as pipocas de Saulo, Ivete e BaianaSystem, que vem arrastando multidões em uma pipoca muito massa. Também nos dias que antecedem o carnaval, a segunda e terça-feira, Habeas Corpus, Pipoco, Fuzuê, Furdunço, o Abre Alas, vale a pena curtir esses momentos, que são abertos, não têm corda, o folião brinca e se diverte à beça. Sem falar no Pelourinho, que vem se destacando devido a diversidade cultural, traz alguns blocos afro que valem conhecer e curtir”.
Qualquer que seja a opção, ele recomenda que não sejam levados itens desnecessários à rua, em cuidado com a segurança.
“No carnaval não precisa muita coisa: roupas simples, folgadas, evitar elementos que chamem atenção, como relógios e correntes. Carnaval é calor, praia, tudo que se possa aproveitar, não precisa muita indumentária”.
Olivaldo conta que, apesar das diversas opções, prefere curtir a folia em vias transversais. “No Carnaval, tem os camarotes, as vias de acesso principais, onde os blocos desfilam, e tem as transversais. Eu, como folião, indico essas vias transversais, onde você vai ter uma folga a mais para poder curtir. A Ondina tem, dá para aproveitar tudo de maneira mais tranquila e muito proveitosa”.
Pontos alternativos
Por fim, quem também contribuiu com suas sugestões para o guia foi o professor Mário Bulhões, 46. Morador do São Caetano, ele sugere, entre outros pontos, o pôr do sol do Museu de Arte Moderna (MAM).
“Tem a Ponta de Humaitá, que também dá para ter uma visão bonita. Em seguida, pode tomar um sorvete na Ribeira, um dos clássicos de Salvador. Tem uns bares na Cruz do Pascoal, no Santo Antônio Além do Carmo, que também tem uma vista da Baía e Todos os Santos, tem algumas opções de cardápio variado”.
Seu carnaval se resume a curtir um dia da pipoca dos Mascarados, acompanhar os trios da praia e desfilar com o Furdunço. “Me sinto satisfeito com esses três dias”, conta.
A dica dele para a segurança é se preocupar com o transporte e evitar fazer trajetos a pé, planejando previamente a viagem, tanto para a folia, como a volta para casa.
“Tem que tomar cuidado com os pertences quando você vai ao circuito, evitar relógio, levar cartões de crédito, uma quantidade grande de dinheiro. Se puder, no máximo levar um cartão, valor suficiente para aquela noite, usar doleira para tentar, de alguma forma, dificultar, caso alguém tente cometer furto, e no retorno para casa, precisa evitar caminhar de um ponto a outro a pé”.
Ele também orienta o uso de roupas leves e ressalta a importância de se hidratar.
“Vestimentas leves, short, camiseta, muita gente usa top, tem quem prefere ir com a roupa da praia, biquíni e sunga, principalmente, os Mascarados, então, o cuidado com hidratação e vestir roupas leves é o que vale”.