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A eleição americana está prestes a se tornar um símbolo mundial

Por Rafael Bertoldo

Na tarde do último dia 21.07, o candidato a Presidência Joe Biden anunciou seu declínio da corrida presidência dos EUA. Aos 81 anos, Biden desistiu. Após pressões de correligionários e investidores para sua desistência em função da sua idade, sucessivas gafes públicas e a crescente popularidade de seu adversário, Trump, sobretudo após o atentado.

Biden, que inclusive está se recuperando da COVID-19, é um político experiente, foi vereador, senador e vice-presidente de Barak Obama, dedicou quase 50 anos de sua vida à política.

Em carta aberta falou dos feitos políticos de seu Governo e declarou apoio à Kamala Harris, sua vice-presidente, que agora toma a dianteira natural para a desafiadora disputa com o Republicano Trump, fortalecido após o atentado e com um curativo na orelha emergindo como alternativa messiânica aos eleitores extremistas e indecisos.

Os Democratas, em convenção, provavelmente, ratificarão Kamala como candidata. Filha de mãe indiana e pai jamaicano, construiu sua carreira política no Estado da Califórnia, colegiado eleitoral poderoso e decisivo nos EUA. Mulher, Negra, foi Procuradora, Senadora e é estreitada com pautas feministas, a candidatura de Kamala, se confirmada, será carregada de simbolismo.

Trump que denunciou, sem provas, fraudes nas últimas eleições, incentivou a barbárie da invasão ao capitólio, reúne uma agenda extremista que vem contagiando o mundo, pautas machistas, anti-imigração, racistas, xenófobas, anti-diversidade e sobretudo supremacistas. Ele encontrará, provavelmente, numa mulher preta uma antagonista cujo a força e resiliência está em sua ancestralidade.

O efeito de uma segunda gestão de Trump seria catastrófico para o mundo. Além de apoiar as agendas de extrema-direita crescentes na Europa, por exemplo. Trump eleito afetaria diretamente o Brasil em nossa próxima eleição nacional.

A experiência da França e Inglaterra, onde a esquerda se reuniu para barrar a escalada da direita extremista serve de exemplo aos EUA. O México também serve como referência de boa prática político-eleitoral, lá os mexicanos escolheram a primeira mulher Presidenta, Claudia Sheinbaum, ex-líder estudantil e uma mulher da ciência. Agora é a sua vez, EUA!

Vencer Trump é maior do que a própria eleição. Será a vitória e o suspiro da cidadania, da Democracia, da humanidade, da esperança. Trump é o símbolo da decadência e barbárie.

Rafael Bertoldo, é Diretor de Políticas Públicas da Coordenação do Movimento Negro Unificado de Itabuna/BA e Doutorando em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em parceria com a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).


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