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Renda média dos trabalhadores brasileiros apresenta aumento interanual de 4,3% no quarto trimestre de 2024

A renda média dos trabalhadores brasileiros no quarto trimestre de 2024 teve um novo aumento, na comparação com os três meses anteriores. O valor foi de R$ 3.326,00, dando sequência ao crescimento que vem sendo observado desde o segundo trimestre de 2023. Os dados são de um estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nesta sexta-feira (6), com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua).

O estudo mostra que o crescimento interanual da renda habitual média foi de 4,3%. Além disso, quando se considera o trimestre móvel que terminou em janeiro de 2025, o rendimento médio alcançado foi de R$ 3.343, o maior maior valor da série histórica. No entanto, a partir da análise mensal, o estudo mostra que o rendimento habitual médio real alcançou o seu pico em novembro de 2024 (R$ 3.404,00), tendo recuado em dezembro. Em janeiro de 2025, houve uma elevação em relação ao mês anterior, atingindo a marca de R$ 3.323. Na comparação com janeiro de 2024, o primeiro mês de 2025 registra aumento de 2,5%.

Os dados são da nota Retrato dos Rendimentos do Trabalho – Resultados da PNAD Contínua do QuartoTrimestre de 2024, assinada pelo técnico de planejamento e pesquisa Sandro Sacchet de Carvalho. O trabalho revela que os trabalhadores por conta própria e empregados sem carteira apresentaram crescimento interanual mais elevado (5,4% e 6,5% respectivamente).

Os trabalhadores privados com carteira, por sua vez, registraram um crescimento de 3%, mantendo taxas de crescimento mais lentas que as demais categorias, o que é observado desde o início de 2023. Já os trabalhadores do setor público mostraram um crescimento da renda menos acelerado, já que seus rendimentos cresceram 2,6% no quarto trimestre de 2024, em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.

Os maiores aumentos na renda, em comparação ao mesmo período de 2023, foram observados na região Sul (7,5%), para os trabalhadores com idade entre 40 e 59 anos (5%) e com ensino fundamental completo (6,2%). O crescimento foi menor para os que habitam no Norte (1%), entre os mais velhos (acima de 60 anos, com crescimento de 2,4%) e em regiões metropolitanas (3,1%).

Em relação ao gênero, o aumento dos rendimentos habituais recebidos pelas mulheres, que em 2023 haviam tido um crescimento interanual maior que o masculino, voltou a ficar abaixo do dos homens (4% contra 4,6%).

Em termos setoriais, os piores desempenhos da renda habitual foram nos setores de educação, saúde e agricultura. A agricultura mostrou uma leve queda do rendimento habitual (0,1%), sendo claramente o setor que obteve o menor crescimento da renda ao longo de 2024. A renda média habitual dos setores de educação e saúde cresceu apenas 1,3% no quarto trimestre, tendo também já apresentado um fraco desempenho no trimestre anterior. Já os setores que obtiveram os maiores aumentos interanuais da renda habitual foram observados no setor de transporte (8%), serviços pessoais e coletivos (6,1%) e alojamento e alimentação (5,8%).


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