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Voluntária muda rotina de pacientes na unidade de quimioterapia em Itabuna

O Brasil vivia uma pandemia de novo coronavírus quando a psicóloga, especialista em musicoterapia, Nielma Souza Silva, moradora de Ilhéus, descobriu que estava com um tumor maligno na mama. Ela conta que o seu mundo desabou ao receber os exames confirmando o diagnóstico médico. Filha dedicada, iniciou o tratamento, em 2021, na Unidade de Quimioterapia da Santa Casa de Itabuna, sem que a mãe soubesse.

Logo no início do tratamento, na consulta com o médico oncologista Eduardo Kowalski, Nielma Souza o questionou sobre o que deveria fazer para enfrentar à doença. “A minha cura começou quando entrei na sala de doutor Eduardo, que passou segurança e não teve dificuldade em falar a verdade. Eu perguntei: o que preciso fazer? Ele respondeu que tinha de lutar. Eu falei, então vamos lá”, recorda-se.

Nielma Souza relata que, por medo da doença, não gostava de acompanhar as ações e notícias sobre o Outubro Rosa, mês de sensibilização e conscientização sobre o câncer de mama. “Mudava de canal quando via na televisão qualquer notícia ou campanha do Outubro Rosa. Eu tinha um medo muito grande do câncer de mama. Mas o doutor Eduardo (Kowalski) desmitificou a situação e fui fazer o tratamento”, conta.

VOLUNTÁRIA

Como é musicoterapeuta, Nielma Souza se ofereceu para ser voluntária, tocando e cantando para os demais pacientes em tratamento na Unidade de Quimioterapia. Desde então não parou mais de comparecer à unidade, nas manhãs de segunda-feira, com seus instrumentos musicais, principalmente, o violão. “Percebi que a música ajudava a diminuir as dores da picada da agulha. As pessoas estavam conseguindo entrar em conexão com a música. Estavam mais confiantes, mais alegres”, observa.

A psicóloga Nielma Souza concluiu o tratamento de quimioterapia venosa, seguida de cirurgia e radioterapia. Hoje, ela superou a fase de maior dificuldade porque é uma paciente com remissão da doença (a presença do câncer não é mais detectada), e segue com uso de hormonoterapia.

Nielma Souza ainda sente dores, principalmente nas articulações, mas não deixa de comparecer à unidade com os seus instrumentos musicais para tocar e cantar para os pacientes. Muito educada, esbanja simpatia e confiança. “As dores que sinto não me tiram a vontade de viver, de estar aqui. Venho porque me dá muito prazer, alegria de fazer. A música agrega muito nesse processo”. Além da descontração, ela vai à unidade retirar o medicamento de uso contínuo.

A psicóloga destaca que outro fator importante para a recuperação do paciente é a qualidade do atendimento disponibilizado na unidade. “Esse é um lugar de muita luz, energia positiva, onde os funcionários trabalham com muito amor. Aqui existe uma grande família. Os profissionais têm muita atenção com todos os pacientes. Há cuidado para que o tratamento seja concluído com sucesso. O doutor Eduardo é uma pessoa de uma humanidade e competência invejáveis, sempre prestativo”.

Nielma Souza acrescenta que, ao iniciar o tratamento, recebeu do coordenador do serviço de Oncologia da Santa Casa, o enfermeiro Alexandre Melo, um conselho que levará para o resto da vida. “Ele disse para não me desesperar e não ouvir histórias negativas porque cada um tem a sua experiência. Isso ajudou bastante”, finaliza.


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