Cooperativas e associações dos territórios de identidade Baixo Sul, Litoral Sul e Vale do Jiquiriçá participam, na quinta-feira (30) e sexta-feira (31), no município de Gandu, do Seminário Interterritorial das Organizações Produtivas da Agricultura Familiar, com o tema Compartilhando e Planejando Serviços Estratégicos para o Fortalecimento do Cooperativismo.
O diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Jeandro Ribeiro, participou do painel Oportunidades e Desafios para Organizações Produtivas e apresentou a futura implantação do projeto Parceiros da Mata, previsto para iniciar neste ano de 2023. “Essa região vai experimentar uma política pública diferenciada. Um projeto que traz um modelo de políticas públicas que dialoga permanentemente com as organizações produtivas e vai integrar as ações que já estamos executando. Já investimos quase R$ 50 milhões pelo projeto Bahia Produtiva e R$ 56 milhões em Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER). Vamos trazer organizações ainda não apoiadas e oportunizar o que o mundo está pedindo, que é uma produção cada vez mais sustentável”.
O coordenador do Parceiros da Mata, César Maynart, explicou o projeto. “O projeto é voltado para o desenvolvimento sustentável da Mata Atlântica da Bahia e vai promover uma transformação produtiva sustentável para a melhoria da qualidade de vida de famílias de comunidades rurais dos 61 municípios que serão atendidos nos territórios de identidade Baixo Sul, Litoral Sul e Vale do Jiquiriçá”.
O seminário contou também com um painel sobre a Construção de Cenários para Avançar nas Negociações do Mercado de Carbono com o Fundo Francês Liveli Hoods, realizado pelo consultor da União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária do Estado da Bahia (Unicafes), Wilson Dias. “A pretensão é ver o que a gente pode fazer em conjunto e ajudar as organizações a se fortalecerem ainda mais. O Fundo conta com investidores financeiros e instituições que vão investir em projetos de compensação de carbono, de longo prazo, mas para isso, precisamos organizar um número de agricultores considerável e fazer um levantamento, um estudo do que as organizações podem fazer para gerar crédito de carbono. Uma ação que se conecta com o Parceiros da Mata”.
O crédito de carbono é um mecanismo de compensação ambiental em que as cooperativas se comprometem a restaurar ou preservar o meio ambiente para que as mesmas possam investir em seu negócio e sejam beneficiadas com investimentos socioprodutivos.
O presidente da Unicafes, Icaro Rennê, falou sobre os produtos e serviços atuais e potenciais da entidade para apoiar as cooperativas e associações da agricultura familiar. “A Unicafes representa o cooperativismo que busca esse crescimento e o cooperativismo não existe sem união. É por isso que estamos aqui hoje para fortalecer esses laços”.
O evento contou também com a discussão de temas como Produção e Comercialização de Energia Solar, o Mercado de Carbono e o Sistema Integrado de Gestão e Contabilidade, enquanto inovações prospectadas para o cooperativismo. Além disso, contará com reflexões e sugestões para as atuais e futuras atribuições de como as organizações podem se engajar para o fortalecimento do cooperativismo e da agricultura familiar.