A 6ª edição da Pesquisa “O Impacto da Pandemia de Coronavírus nos Pequenos Negócios”, realizada pelo Sebrae nos 26 estados e Distrito Federal, apontou que 76% dos empresários participantes afirmaram que os negócios voltaram a funcionar, sendo a maioria (63%) de forma diferente da que funcionava antes da crise.
O levantamento constatou também que houve uma melhora no nível de endividamento dos pequenos negócios. Enquanto no final junho, 40% dos empresários possuíam empréstimos ou dívidas em atraso, um mês depois, esse percentual caiu para 36%.
O Sebrae apurou ainda um expressivo crescimento na proporção de empresas que buscaram empréstimos desde o início da crise. Entre a última semana de março e a última semana de julho, o percentual de pequenos negócios que buscou crédito saltou de 30% para 54%. Entretanto, observa-se que esse aumento na procura não tem sido acompanhado, na mesma velocidade, pela oferta de recursos por parte do sistema financeiro. A pesquisa mostrou que 56% dos empreendedores tiveram seus pedidos de empréstimo negados.
Inovação e tendências
Com a pandemia, que impactou fortemente a atividade econômica no País, a busca pela inovação e digitalização das empresas (em especial dos canais de venda), deixou de ser uma tendência e se tornou realidade para 66% dos pequenos negócios. Entre as diferentes plataformas, a versão comercial do Whatsapp é a ferramenta digital mais procurada. 46% dos empresários ouvidos já usavam o aplicativo antes da crise e 12% aderiram a esse sistema após a chegada da pandemia.
Passados mais de quatro meses do início da crise, a entidade realizou também uma pesquisa qualitativa com microempreendedores individuais, micro e pequenas empresas de 18 estados brasileiros e identificou mudanças e tendências que vieram para ficar no mundo dos pequenos negócios.
De acordo com o levantamento, dentre as mudanças definitivas destaca-se a maior digitalização dos negócios. No entanto, em segmentos como a moda, por exemplo, a transformação caracteriza-se por um modelo híbrido, com fortalecimento de experiências presenciais e o intenso uso de canais online em vendas e relacionamento com o mercado.
No segmento da alimentação os donos de pequenos negócios destacaram que os clientes vão continuar mais atentos às medidas de higienização e qualidade dos produtos. Para isso, serão necessárias mudanças com uso ou novos usos dos estabelecimentos para reconquistar o cliente e transmitir segurança. Já no ramo do turismo, a tendência é de roteiros regionais e locais, com predominância de ações ao ar livre e grupos em número reduzido.
Confira abaixo outros dados da pesquisa qualitativa:
– O relacionamento com o cliente deve ser feito com segurança e de forma ágil. Eles estarão mais exigentes e, por isso, serão atraídos por uma oferta cada vez mais personalizada.
– O uso das redes sociais para vendas e divulgação deve continuar em alta. Para isso, os serviços de delivery ganham mais atenção com a qualificação dos entregadores.
– Na gestão, os negócios atuarão de forma mais sustentável, com produções enxutas, com foco na produtividade, evitando o desperdício.
– Em relação aos funcionários, as equipes ficarão mais reduzidas e multitarefas. A saúde dos colaboradores receberá atenção e o trabalho remoto, quando possível, será uma realidade também para os pequenos negócios.
– A ampliação de parcerias com mais fornecedores também será uma mudança definitiva para os negócios.
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