Em entrevista à TV 247, o embaixador e ex-ministro Celso Amorim avaliou como um “fôlego” para o Brasil a volta do ex-presidente Lula ao cenário político após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin anular as sentenças do petista na Lava Jato.
Para Amorim, o Brasil ganha tons de “normalidade” com a presença de Lula no debate público. “É quase que tomar um fôlego. O Brasil volta a ser mais ou menos o que era. O Lula já é presidente? Vai ganhar a eleição? Vai ser candidato? Não se sabe. Mas você com o Lula no cenário político, sem teias, sem limitações, é o Brasil voltar um pouco à normalidade, é respirar. Nós não estávamos respirando, não só por causa do coronavírus. A discussão eram as loucuras do governo e aqueles que, dentro da direita, se opunham às loucuras do governo. Agora é uma coisa mais ampla. A volta do Lula ao tabuleiro político reorganiza tudo”.
Intervenção humanitária
Questionado sobre a possibilidade de uma intervenção humanitária internacional no Brasil diante da pandemia de Covid-19, o embaixador afirmou que a Organização das Nações Unidas (ONU) jamais permitiria uma ação do tipo. Amorim também se disse contra.https://056ae51d2473af559438082e52c5b951.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html
Para ele, o que vai ocorrer é o distanciamento geopolítico dos outros países em relação ao Brasil. “Intervenção humanitária no Brasil não vai acontecer. Não há hipótese da ONU aprovar isso. O que vai acontecer, e talvez já esteja acontecendo, são atitudes que resultam em prejuízo do Brasil. Não precisa nem chamar de sanções, mas é o natural temor dos países de comprar produtos que vêm de uma nação onde a pandemia está superespalhada. Eu acho que isso vai acontecer fatalmente. A gente tem que tirar da cabeça que vai haver intervenção humanitária no Brasil. Acho que é irrealista, para começar. Eu não seria a favor de nenhum tipo de intervenção estrangeira no Brasil”. (Brasil 247)