O Hospital Regional Costa do Cacau (HRCC), em Ilhéus, integrante da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) promoveu uma palestra sobre comunidade surda e orientações básicas de Língua Brasileira de Sinais (Libras). A atividade, promovida pela Diretoria-geral e Comissão de Humanização da unidade, fez parte da campanha Setembro Azul.
Na ocasião, a estudante de enfermagem Adria Peruna, intérprete de Libras e pesquisadora do referido tema, disse que o Setembro azul é muito importante para representatividade da comunidade surda e seus direitos, não é sobre a deficiência. “Nós temos muitas datas neste mês que se referem a causa, como 23 – Dia Internacional da Língua de Sinais; 26 – Dia Nacional do Surdo; 30 – Dia Internacional do Surdo e Dia Internacional do Tradutor e Intérprete”, destacou.
A palestrante explicou que o azul foi escolhido para a campanha anual porque na Segunda Guerra Mundial era colocada uma faixa dessa cor no braço da pessoa surda, considerada inválida, para identificação. “Essa cor foi ressignificada para referência da comunidade surda”, afirmou.
Ela ainda esclareceu que o surdo tem um grau profundo da perda de audição, não escuta nada. “Já o deficiente auditivo consegue perceber alguns sons, tem um grau leve ou moderado de surdez. Outro mito, é achar que as pessoas que são surdas, são mudas também. Quem é surdo, não é mudo”, pontuou.
Adria Peruna revelou que a cultura surda tem características próprias em cada localidade diferente e ressaltou a importância da Libras. “É uma língua recente, instituída em 2002. Por muito tempo os surdos ficaram sem essa ferramenta fundamental. A Libras é uma língua, com suas próprias características, com estrutura linguística e gramatical própria, diferente do português. Uma das principais formas de comunicação das pessoas surdas no Brasil”, explicou.
“Por ser uma língua viva, constantemente passa por melhorias na formação de novos vocábulos. Libras é uma conquista da comunidade surda”, concluiu.